domingo, 23 de fevereiro de 2020

Mantendo a Lâmpada acesa


Não há como falar de vida no Espírito sem fazer menção da ordenança que temos recebido da parte de Deus, mediante Paulo, seu servo, quando escreveu aos Tessalonicenses: “Não extingais o Espírito.” 1 Tessalonicenses 5.19 Temos a responsabilidade de não extinguir o fogo do Espírito. Sabemos que a Bíblia está falando do fogo porque naqueles dias não existia lâmpada elétrica. E ao mencionar o Espírito Santo como devendo permanecer aceso e não se apagar nunca, as Escrituras estão fazendo menção da figura do candelabro que, no Tabernáculo construído por Moisés, jamais deveria se apagar. Entendemos ser essa uma figura do Velho Testamento, que tem seu cumprimento nestas palavras de Paulo, uma vez que “a lei não tem a imagem exata das coisas, mas a sombra dos bens vindouros” (Hb 10.1). Quero mostrar-lhe, nas páginas da lei mosaica, um impressionante paralelo sobre a “manutenção” da vida no Espírito. Comecemos com a ordem dada a Moisés para construir a lâmpada: “Também farás um candelabro de ouro puro; de ouro batido se fará este candelabro; o seu pé, as suas hastes, os seus copos, os seus botões, e as suas flores serão do mesmo. E dos seus lados sairão seis hastes; três hastes do candelabro de um lado dele, e três hastes do outro lado dele. Os seus botões e as suas hastes serão do mesmo; tudo será de uma só peça, obra batida de ouro puro. Também lhe farás sete lâmpadas, as quais se acenderão para iluminar defronte dele. Os seus espevitadores e os seus apagadores serão de ouro puro. De um talento de ouro puro os farás, com todos estes vasos. Atenta, pois, que o faças conforme ao seu modelo, que te foi mostrado no monte.” Êxodo 25:31,32, 36-40 Era plano divino que as sete lâmpadas permanecessem acesas continuamente; esta instrução também foi dada a Moisés: “Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para fazer arder as lâmpadas continuamente. Na tenda da congregação, fora do véu que está diante do testemunho, Arão e seus filhos as porão em ordem, desde a tarde até a manhã, perante o Senhor; isto será um estatuto perpétuo para os filhos de Israel, pelas suas gerações.” Êxodo 27:20,21 Deus estabeleceu a conservação do candelabro aceso como um estatuto perpétuo. Ou seja, esse mandamento não seria jamais revogado. Mas a história nos mostra que essa prática foi interrompida depois que Tito, o general romano, destruiu Jerusalém e o Templo no ano 70 d.C., impedindo que os judeus continuassem a obedecer a esse mandamento a partir de então. E depois, no Novo Testamento, não mais se falou acerca desse mandamento. Então, teria ele deixado de ser um mandamento perpétuo? Não. Essa ordem continua cumprindo-se nos dias de hoje, no cumprimento do que no Velho Testamento era só uma figura. Costumo dizer que as figuras do Velho Testamento são como a maquete de um engenheiro: não se trata do edifício em si, mas mostra como ele vai ser. Assim também era a lei, não tinha a imagem exata das coisas, mas apontava em figura para os bens vindouros (Cl 2.16,17) da Nova Aliança que em Cristo haveria de se manifestar. Todos os estatutos perpétuos que o Senhor estabeleceu na Velha Aliança foram mantidos na Nova, porém, não mais como figura, e sim com o seu cumprimento. Por exemplo, a circuncisão era um estatuto perpétuo que Deus deu a seu povo quando entrou em aliança com Abraão, mas o Novo Testamento não manda circuncidar o prepúcio; quer dizer, então, que foi revogado? Não, Jesus não veio revogar, mas cumprir a Lei; tudo aquilo que era apenas uma figura teria agora o seu cumprimento. E a circuncisão não continuou fisicamente, na carne, mas passou a ser recebida no coração (Rm 2.28,29) mediante o batismo (Cl 2.11,12). De igual modo, a oferta de incenso, que havia sido estabelecida como estatuto perpétuo (Ex 30.8), não foi revogada, mas cumpre-se hoje nas orações dos santos (Ap 5.8 e 8.3). Há, portanto, um princípio na manutenção das lâmpadas, que é mantido no Novo Testamento, como cumprimento daquilo que o candelabro prefigurava. Mas, para entendermos a manutenção das lâmpadas que o sacerdote era obrigado a executar – e que nós, hoje, na condição de sacerdócio santo também somos -, é importante compreendermos a figura do candelabro. O candelabro era de ouro puro, batido. Tudo o que contém figura humana no tabernáculo traz a presença da madeira de acácia, que é a figura bíblica da humanidade. Mas o candelabro era de ouro puro, que tipifica o divino, a glória de Deus; se não há madeira, não pode haver humanidade, portanto, não se refere a nada que seja humano. Se é ouro puro, logo, é totalmente divino. E isso nos faz olhar para a Trindade; portanto, a quem tipifica? ZACARIAS VIU O Senhor deu uma visão muito significativa ao Zacarias, envolvendo a figura do candelabro: “Ora o anjo que falava comigo voltou, e me despertou, como um homem que é despertado do seu sono; e me perguntou: Que vês? Respondi: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite em cima, com sete lâmpadas, e há sete canudos que se unem às lâmpadas que estão acima dele; e junto a ele há duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda.” Zacarias 4.1-3 Quando Deus dava visões aos profetas, estava falando por meio de mistérios e enigmas; usava figuras para, por meio seu significado, trazer a mensagem. E depois de ter mostrado o candelabro, o Senhor mostrou o que figurava. “Não por força, nem por poder, mas pelo meu Espirito, diz o Senhor.” Zacarias 4.6 Fica patente que é uma figura do Espírito Santo. Por isso, a ordem de manter sempre acesa a lâmpada no tabernáculo é aplicada no Novo Testamento como se referindo ao Espírito de Deus, a quem jamais devemos extinguir! Cada um de nós hoje é o santuário de Deus e também o sacerdote responsável pela manutenção do candelabro nesse santuário. Temos o Espírito Santo em nós e devemos mantê-lo aceso, ou seja, SEMPRE OPERANTE. Texto extraído do livro “O Falar em Línguas” – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – Autor: Luciano P. Subirá. É o responsável pelo Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa.

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